Coritiba já jogou 40 vezes no ano e vai chegar a
76 jogos (Foto: Gabriel Hamilko/GloboEsporte.com)
Após chegar em duas finais de campeonatos, o Coritiba se prepara para o desgaste de um ano recorde. Com a classificação para a decisão da Copa do Brasil, o time paranaense já garante um mínimo de 76 jogos em 2012, uma marca inédita na história do clube. Como consequência, o departamento de preparação física precisa trabalhar com um vilão: o desgaste dos jogadores.
No último domingo, o clube alviverde chegou na marca de 40 jogos disputados na atual temporada. O Coritiba disputou 24 jogos pelo Campeonato Paranaense, completará doze pela Copa do Brasil, mais 38 duelos no Brasileirão e já tem garantido dois confrontos na Copa Sulamericana. Se chegar na final da decisão continental, o Coxa poderá acumular 84 partidas no ano.
No ano passado, sem precisar disputar a final do Paranaense, o Coxa disputou 72 jogos no ano. As temporadas em que o Coxa mais atuou foram em 1972 e 2003, quando o clube entrou 74 vezes em campo.
A programação coxa-branca já previa a maratona desde o começo do ano, portanto o trabalho dos preparadores físicos já está em andamento desde a pré-temporada. Segundo o coordenador do departamento físico, Glydiston Ananias, o planejamento para o ano inteiro é essencial para os resultados alviverdes na temporada.
- A palavra chave é planejamento. Ao montar os planos, no começo do ano, já acreditamos que o Coritiba chegaria nas duas finais. Caso contrário, não seria um trabalho desperdiçado, pois teríamos um time reforçado e com semanas cheias para trabalhar e melhorar ainda mais. Esse planejamento não se restringe só ao departamento físico, mas em todos os setores do clube.
A recuperação física é uma das preocupações na maratona de jogos (Foto: Divulgação / Coritiba)
Ananias até brinca e diz que o cargo de preparador físico só é usado antes de começar a temporada. Com os jogos em andamento, o certo seria chamar de "recuperadores físicos", pois não existe mais tempo de preparar.
- Nós somos preparadores físicos só no começo do ano. Com a temporada no meio, passamos a ser recuperadores físicos, pois não tem como preparar. O foco é recuperar os atletas o mais rápido possível, para conseguir dar conta dos seguidos jogos que tem pela frente.
Um diferencial do nosso trabalho no Coritiba é a boa relação com a comissão técnica"
Glydiston Ananias
preparador físico do Coritiba
Mas o mês que mais vai sobrecarregar o elenco coxa-branca será julho, com nove jogos em trinta dias - uma média de um jogo a cada três dias. A preocupação dos preparadores físicos aumenta e reflete no maior número de avaliações e orientações para a comissão técnica.
- Um diferencial do nosso trabalho no Coritiba é a boa relação com a comissão técnica. Nós fazemos avaliações individuais a cada 48 horas e passamos para o técnico Marcelo Oliveira. Quando vemos que é necessário poupar algum jogador, seja do treino ou até mesmo do jogo, ele acata e conseguimos ter uma conversa franca - conta.
Porém, Glydiston reforça que os meses de abril e setembro são os mais complicados para o atleta. Com o acúmulo de jogos, os profissionais sentem mais a parte física e não conseguem render 100%. Por isso, o trabalho tem que ser preventivo, para visar o que está por vir.
- No ano, temos duas fases mais delicadas, que são em abril e setembro. São meses que o jogador sente mais a sobrecarga de treinamentos. Veja bem, já estamos na metade do ano e completamos 40 partidas no ano. Por mais que trabalhemos com a recuperação, o jogador sente o acúmulo do cansaço de todo o período - completa.
