LANCEPRESS! - 06/10/2012 - 00:16
Rio de Janeiro (RJ)
| ![]() Nuzman vai conduzir o esporte brasileiro na Rio-2016 (Foto: Bruno de Lima) |
Carlos Arthur Nuzman não deveria estar em todos os cargos que está. Nesta sexta-feira, ao reeleger-se para o quinto mandato no Comitê Olímpico Brasileiro, assumiu a responsabilidade de conduzir o nosso esporte ao maior desafio dos últimos tempos: fazer um papel digno, que nos orgulhe na Olimpíada do Rio, lançando ao mesmo tempo bases sólidas para que o país se transforme de vez numa potência olímpica, além de 2016.
Ele parece ciente disso. Em entrevista logo após ser reconduzido à presidência, reafirmou a meta de fazer do Time Brasil um dos Top 10 no quadro de medalhas do Rio. Tarefa árdua, que já deveria estar muito mais adiantada na formação de nossos atletas. E que vai muito além de conseguir verbas públicas e patrocínios privados.
Ao COB cabe, na visão deste LANCE!, o papel de formulador e de estimulador dos esforços para o grande salto do esporte nacional. Cabe abandonar a prática de atuar de forma fechada, sem aglutinar, sem convocar a sociedade a trabalhar junto visando a nos tirar da vexaminosa posição em que nos encontramos. Afinal, se somos a sexta economia do mundo, se temos a quinta população do planeta, não podemos nos conformar em ficar além da 20ª posição quando se trata de Jogos Olímpicos.
Nuzman poderia se dedicar apenas a isso. Já é trabalho demais. Uma vez reeleito no COB, poderia abrir mão do Comitê Organizador da Olimpíada. Ao Co-Rio caberia uma gestão independente, com participação de amplos setores da sociedade e focada emnão apenas realizar jogos de qualidade, mas deixar para a cidade e todo o país um legado maior, um exemplo que, parafraseando o lema de Londres-2012, inspire gerações futuras.
Este LANCE!, que sempre teve como princípio a defesa da alternância de poder e a profissionalização da gestão esportiva, reconhece o que o dirigente Nuzman já realizou pelo desporto nacional, os avanços que tivemos nos últimos anos – ainda que num ritmo menor do que poderia ser – e sua liderança ao trazer para o Brasil e para o Rio os Jogos de 2016. Seu trabalho na Confederação Brasileira de Vôlei, em especial, é digno de elogios.
Os desafios do presente e do futuro, contudo, não se alimentam do passado. Se tomou a decisão de continuar no COB, se não mostra disposição de deixar o CO-Rio, Nuzman, espera-se, tem a fórmula de vencer estes desafios. A nós, grupo de comunicação que trabalha pelo esporte, ostentando as cores verde e amarela no logotipo, e que nasceu para vibrar com as vitórias do Brasil, cabe desejar-lhe boa sorte.
