segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ano do Coritiba começa com festa e termina no modo automático

Roberto comemora gol do Coritiba na Copa do Brasil sobre o Vitória (Foto: Divulgação/site oficial do Coritiba Foot Ball Club)Coritiba viveu um ano contraditório, com sustos e
conquistas (Foto: Divulgação/site oficial do Coritiba)

O Coritiba conseguiu conquistar alguns objetivos durante 2012, mas não satisfez o desejo do torcedor por um título de maior expressão. Pela segunda vez seguida, bateu na trave. Após um começo de ano regular e a manutenção da hegemonia no estado, o abalo pela derrota na Copa do Brasil é carregada durante todo o segundo semestre. Esse é o resumo da temporada alviverde.

Depois de um 2011 brilhante, o elenco foi muito assediado e a diretoria não conseguiu evitar a saída de titulares importantes, como Léo Gago, Leandro Donizete, Marcos Aurélio e Davi. Durante a temporada, o lateral-esquerdo Lucas Mendes também deixou a equipe e um dos principais problemas foi a falta de um centroavante fixo.

Mesmo com os desfalques, o time coritibano conseguiu fazer um Campeonato Paranaense de superação. Após um primeiro turno muito disputado, que foi conquistado pelo rival Atlético-PR, o Coxa se levantou e garantiu a vaga para a finalíssima no returno. Na decisão, empatou nos dois jogos e só ganhou na decisão por pênaltis.

Na última cobrança, o grande nome do ano foi o símbolo do sofrimento para conquistar o histórico tricampeonato paranaense. Após o atacante atleticano Guerrón desperdiçar a cobrança dele, a taça estava nos pés do meia coxa-branca Everton Ribeiro. A bola chorou antes de entrar, batendo nas duas traves e só depois cruzar a linha.

Sem ser bilhante, mas com um time eficiente em casa, o Coritiba seguiu com o mesmo embalo na Copa do Brasil, ao superar Paysandu e Vitória. Novamente entre os quatro melhores, a maior missão foi contra o favorito São Paulo. No Morumbi, uma derrota por 1 a 0, com um gol nos últimos minutos, deixou o elenco cabisbaixo. Só que o efeito Couto Pereira fez a diferença. A reação no Alto da Glória possibilitou a garantia da vaga na final, com uma vitória por 2 a 0 - o último gol foi feito por Everton Ribeiro, de cabeça.

Na segunda final da Copa do Brasil consecutiva, o Coritiba tinha pela frente o Palmeiras. Uma chance de consertar os erros do ano passado, quando não passou pelo Vasco. Só que a oportunidade esbarrou na falta de eficiência no ataque e nos erros de arbitragem do primeiro jogo. O resultado foi uma derrota por 2 a o na Arena Baureri. Nada que abalasse a confiança no jogo de volta, no Couto. Porém, em uma noite chuvosa, a retranca de Felipão foi mais eficiente e Marcos Assunção selou o empate por 1 a 1. Festa palmeirense e uma despedida melancólica do meia Tcheco - que seguiu a carreira como dirigente e, atualmente, auxiliar técnico.

Deivid-Palmeiras e Coritiba (Foto: Célio Messias / Agência Estado)Deivid foi o grande reforço para o time durante a temporada de 2012 (Foto: Célio Messias / Agência Estado)

Depressão e drama no Campeonato Brasileiro

A última esperança para conquistar uma vaga na Taça Libertadores da América era uma boa atuação no Campeonato Brasileiro. No ano passado, após um início fraco, o time paranaense chegou na última rodada dependendo de uma vitória para garantir a competição internacional. Fato que não aconteceu.

O Coxa ficou bem mais abalado do que na temporada passada, com a derrota da Copa, e a equipe se desmontou psicologicamente. O time sofre vários desfalques, o departamento médico ficou lotado e o técnico Marcelo Oliveira começou a perder o prestígio com a cúpula alviverde. A proximidade com a zona de rebaixamento assustava os torcedores, que relembravam a trágica campanha da queda em 2009.

O ápice da crise foi no segundo turno, quando o Coxa foi goleado pela Portuguesa por 3 a 0, no Canindé. Oliveira foi demitido e Marquinhos Santos promovido como o técnico mais jovem do Brasileirão. No elenco, o atacante Deivid foi contratado e deu um novo rumo para a artilharia verde e branco.

Com uma nova cara e um espírito diferente, a recuperação coxa-branca não tardou. A tática de Marquinhos era motivar cada atleta que fazia parte da delegação, para afastar o fantasma de 2009. Após uma sequência de seis jogos sem perder, o Coritiba praticamente deu adeus para a Série B. 

Mas os problemas não acabaram por aí. O alívio no time foi tão grande, que resultou em um abandono da competição. Os jogadores ligaram o automático e não conseguiram repetir as boas atuações, revoltando a torcida. Em campo, três derrotas seguidas para Corinthians, Vasco e Cruzeiro. Na última rodada, um mistão de jogadores salvou o jogo de despedida do ano, com uma vitória de 3 a 0 sobre o Figueirense.