Primão vive o sonho que tinha um ano atrás no Coxa
(Foto: Julia Abdul-Hak/Backstage Comunicação)
O meia Thiago Primão tem história para contar em apenas um ano no profissional do Coritiba. O jovem atleta de 19 anos olha para to passado, há um ano, e vê uma longa trajetória que culminou na realização de um sonho de qualquer garoto que está na base de um grande clube.
O Coritiba tem um processo rigoroso para promover atletas que estão no Sub-20. Os principais destaques são colocados em observação das comissões técnicas, além de empréstimos para outros times brasileiros e poder adquirir mais experiência e vivência de jogo.
A idade mínima para uma promoção gira em torno de 21 anos. Primão passou por cima de todas as regras e se tornou uma realidade alviverde, que pode despontar em 2013.
No ano passado, há exatos 12 meses, o baixinho meia era reserva do grupo Sub-20 no Campeonato Brasileiro da categoria. O então técnico Marquinhos Santos costumava colocar o atleta durante o segundo tempo, quando começou a fazer a diferença. Nas quartas de final, Primão foi o responsável por fazer o gol da classificação inédita para a semifinal. Na sequência, contra o América-MG, foi promovido no grupo titular.
- Eu era reserva no Sub-20 e fui me tornar titular só no último jogo do Campeonato Brasileiro, contra o América-MG, na semifinal. No jogo anterior eu tinha feito o gol da classificação contra o Santos, que deu 2 a 1, daí me tornei titular - conta, em entrevista exclusiva para o GLOBOESPORTE.COM.
A torcida coxa-branca só começou a ouvir falar do nome Thiago Primão no decorrer da Taça São Paulo de Futebol Júnior, em janeiro, quando o Coritiba ficou em terceiro lugar e conseguiu a melhor campanha de sua história. O craque da equipe era Primão, mais um degrau conquistado. Com o status de revelação, o meia foi um dos pilares para o título internacional da Dallas Cup, nos Estados Unidos.
- Em seguida veio a Taça São Paulo, que foi uma disputa extraordinária, a melhor que o Coritiba teve. Eu fui eleito entre os 20 melhores da Taça São Paulo também, então ali estava em uma sequência muito boa. Logo depois teve a Dallas Cup, que a gente aguardava durante o ano inteiro. Quando vimos que tinha uma boa base, acreditamos que podia buscar o título e conseguimos. Foi fora do comum - recorda, com alegria no rosto.
Não vou dizer que esperava, mas sonhava. Da forma que foi não esperava, pois foi muito rápido"
Thiago Primão
O apelo da torcida se juntou com uma avaliação final da comissão técnica, que era comandada pelo técnico Marcelo Oliveira. No segundo turno do Paranaense, quando o Coxa já estava classificado para a finalíssima, foi decidido que Primão, Rafael Silva, Zé Rafael e Raphael Lucas seriam promovidos.
Além disso, eles foram relacionados com os reservas para o jogo contra o Roma-PR, que não valia mais nada. Para Thiago foi importante e muito. Após entrar na etapa final, ele deu a primeira assistência no time profissional (que resultou no gol de Renan Oliveira)
- A gente teve uma reunião com o Marcelo Oliveira e com a comissão. Ele explicou que ia ser um processo de transição, que precisava ter confiança e calma no trabalho que ia fazer conosco. Quando não fossemos utilizados no profissional, seríamos utilizados na base. Subimos na terça-feira e no sábado começamos no profissional, contra o Roma, que consegui dar uma assistência.
A partir daí, o sonho que Primão tinha como um menino se tornou rotina. No segundo semestre, ele se tornou como uma recente contratação, pronto para entrar durante o segundo tempo das partidas - assim como era no Sub-20, antes dele estourar. A diferença é que ao invés de dar passe para os amigos, ele convivia com jogadores mais experientes.
- Não vou dizer que esperava, mas sonhava. Da forma que foi não esperava, pois foi muito rápido. Em uma terça-feira fui avisado que ia jogar no Paranaense, na outra semana estava entre os relacionados para a Copa do Brasil, contra o Paysandu, e em seguida sempre estive na lista do grupo. Aí que comecei a acreditar que o meu sonho estava se tornando realidade.
O pior momento do ano de Primão foi em outubro, quando ele sentiu o drama da primeira lesão. O problema não era tão grave, mas interrompeu uma boa sequência que ele estava tendo com um velho conhecido da base, o técnico Marquinhos Santos. No final das contas, ele admite que não foi tão grande como o ano especial na carreira.
- Estava com muitos amigos que ainda continuam no Sub-20. Depois, olho para o meu lado e vejo o Rafinha, que foi um jogador que sempre me espelhei pelas características e forma de jogar. Ver o Lincoln, Pereira e o Deivid – que chegou depois. Jogadores consagrados. É uma forma muito boa de crescer.
O próximo passo é se preparar para uma nova responsabilidade. Nas três primeiras rodadas do Campeonato Paranaense, o Coritiba vai atuar com a equipe Sub-23, enquanto os titulares intensificam a pré-temporada. Entre os nomes praticamente certos, Thiago Primão terá a missão de ser o craque da equipe.
- A confiança que a diretoria e comissão técnica deposita para começar com a equipe Sub-23 é muito importante, pois dá uma credibilidade boa para começar o Paranaense tranquilo. Quero apresentar o melhor futebol e ajudar a equipe no decorrer do campeonato - conclui.
Thiago Primão marcou o primeiro gol como profissional contra o Palmeiras (Foto: Julia Abdul-Hak / Backstage Comunicação)
