sábado, 26 de janeiro de 2013

Expulsões, tensão e empate no fim marcam a volta de Alex no Coritiba

A festa da tarde de sábado era para o meia Alex, que retornou para casa após 17 anos jogando fora. Mas o "Menino de Ouro" da torcida coxa-branca não foi capaz de salvar a comemoração. O parceiro Deivid (que já jogou com ele no Cruzeiro e Fenerbahçe) foi o responsável pelo gol alviverde no último minuto, que selou o empate de 1 a 1 com o Atlético Colón, da Argentina.

O convidado indigesto quase estragou a tarde. O Atlético Colón não estava no espiríto de cordialidade e chegou na capital paranaense para impor o seu ritmo e assustar os 12.734 coxas-brancas que foram para o Couto Pereira acompanhar a volta do craque.

O gol do Colón foi marcado pelo atacante Gicliotto, aos oito minutos do segundo tempo, após apagão geral na jovem defesa coxa-branca. Sem entrosamento e ritmo de jogo, o Coxa conseguiu mostrar um bom jogo, mas foi ineficiente nas finalizações. Alex chegou a marcar um belo gol, após cobrar escanteio com efeito e a bola bater no goleiro Pozo. 

Com mais tempo de pré-temporada, o Colón não se limitou ao jogo nas quatro linhas. Quando o Coritiba tinha o domínio, a equipe argentina esqueceu o clima de clássico e partiu para a catimba. O resultado foram uma expulsão para cada lado. Rafinha e Raldes deixaram o gramado, após um desentimento no final do primeiro tempo.

O time do Coxa começou com uma mistura de veteranos com garotos da base, pois o restante do grupo estava em Cianorte, para a disputa da terceira rodada do Campeonato Paranaense. A tentativa de salvar o final de semana será no domingo, quando o Coxa enfrenta o Leão do Vale, às 17h (de Brasília).

Alex Coritiba x Cólon (Foto: Geraldo Bubniak / Ag. Estado)Alex tentou de todas as maneiras, mas quem salvou o jogo foi Deivid (Foto: Geraldo Bubniak / Ag. Estado)

Show de Alex? Só no começo. Veteranos e base do Coxa não se entendem

Os dez minutos iniciais só não foram perfeitos porque não saiu um gol de Alex. O resto pareceu que foi combinado. Após a recepção especial no gramado e um show pirotécnico musical, foi a vez de ver como o craque ia se comportar no gramado. Com o Coxa no ataque, o time pareceu perfeito. Aliás, eu até impressão que tinha sido ensaiado. O terceiro toque na bola foi do camisa 10, que deu passe meio desajeitado, ainda com a perna pesada e ansiosa. Na sequência, três escanteios seguidos para Alex cobrar. Cada lado que ele ia, era aplaudido em pé. Na última cobrança, Denis fez fila pela esquerda e quase Rafinha balançou a rede.

Depois, o que era para ser um amistoso, ficou só no nome. Uma partida entre brasileiros e argentinos não existe cortesia em campo. O Atlético Colón estava com gana de acabar com a festa coxa-branca pela chegada de Alex. Com vários empurrões e chegadas mais fortes, o principal raivoso entre os hermanos era o meia Bastie. Em um lance mais forte, ele chegou a se desentender com Lincoln e quase os dois passaram da conversa.

Porém, o clima de hostilidade chegou ao ápice com 47 minutos de jogo. Após uma boa arrancada de Alex pela direita, Rafinha recebe o passe, mas leva uma cotovelada no rosto do zagueiro Raldes. Inconformado, o meia coxa-branca não deixa barato e dá um tranco no argentino. Com a bola fora, os dois trocam ofensas e agressões. A festa acabou, pelo menos no primeiro tempo. A última decisão do árbitro foi expulsar os dois jogadores, fato que foi muito contestado pelos jogadores de ambas equipes.

Em campo, as principais jogadas eram centralizadas no craque Alex. Deivid ficou mais avançado no ataque, com o apoio dos meias Alex, Rafinha e Lincoln. Porém, a mescla de experiência e juventude foi uma combinação perigosa. A insegurança dos garotos Willian Rodrigues e Guaraci na defesa ofereceram algumas jogadas de perigo do Colón, mas sem dar muito trabalho ao arqueiro Vanderlei.

Colón marca, Alex não está com sorte e Deivid salva o amistoso

O jogo ficou mais quente na segunda etapa. O Colón voltou com mais disposição e aproveitou os espaços a mais no campo. O centroavante Gicliotto se movimentava mais e tinha acesso maior nas jogadas. Aos sete, ele ficou cara a cara com o goleiro Vanderlei, que defendeu com as pernas. Mas uma bobeira geral na zaga custou caro no minuto seguinte. Bastia fez um lançamento na área e bastou Gicliotto dar um leve toque para abrir o placar.

Com a pressão da torcida, o misto do Coritiba partiu para o ataque de todas as formas. Mas a falta de entrosamento dos veteranos com a piazada continuou sendo o ponto fraco. A única salvação poderia sair dos pés do homenageado da tarde. Em cobrança de escanteio, Alex fez o improvável na tentativa de salvar o seu retorno. No lado esquerdo, ele mandou direto para o gol. A bola bateu no arqueiro Pozo e entrou. Delírio na arquibancada, que foi interrompido pelo árbitro Rodolpho Marques, que marcou saída de bola no meio do caminho.

A cada substituição que o técnico Marquinhos Santos fazia, a esperança diminuía. As melhores bolas eram nas faltas e escanteios, quando Alex tomava a responsabilidade para ele. Após uma linda cobrança, Alex colocou no ângulo esquerdo, mas o goleiro reserva fez uma espetacular defesa. Na sequência, o camisa 10 cobrou escanteio e a bola sobrou limpa para Deivid dar um toque para fora. Um minuto depois, nova falta e o Menino de Ouro acerta a forquilha direita.

Quem achou que a falta de sorte já tinha bastado para uma tarde, Alex teve mais uma chance. Na cobrança de mais uma falta, ele mandou a bola na área e o zagueiro Igor Leandro desviou com a cabeça. Caprichosamente, a bola bateu na trave direita, pelo lado de dentro. Alex chegou a levantar os braços e comemorar, mas faltou sorte para o craque alviverde no final do jogo. Para fechar o jogo, Colón Achucarro e Escudero se estranharam e completaram a lista dos expulsos.

Só que o velho ditado já diz: "o jogo só acaba quando termina". No último minuto, Deivid aproveita a bola lançada na área e consegue cabecear para dentro. O atacante e amigo de Alex salva a tarde e faz a massa alviverde deixar o estádio mais aliviada. No final, o coro "Alex voltou" tomou conta e deu início, definitivamente, ao ano coxa-branca.