Afonso Victor de Oliveira disse que o maior erro foi o
pênalti em Arthur (Foto: Gabriel Hamilko)
O árbitro Felipe Gomes da Silva foi afastado por tempo indeterminado dos jogos do Campeonato Paranaense. A decisão foi comunicada nesta quinta-feira pelo presidente da Comissão da Arbitragem do Paraná, Afonso Vitor de Oliveira, em entrevista coletiva na sede do Tribunal de Justiça Desportiva.
A causa do afastamento foi o polêmico jogo entre Londrina e Coritiba (veja o vídeo abaixo), no último domingo, que definiu o título do turno do Paranaense para a equipe da capital. O Tubarão reclamou de três possíveis penalidades máximas, mas na avaliação da comissão, a decisão de não marcar a falta a favor do time do interior foi acertada pelo árbitro. A única falha apontada é um pênalti não marcado no atacante Arthur, do Coritiba.
- Tem vários tipos de punição. Não aconteceram os pênaltis reclamados pelo Londrina, foi uma decisão unanime. Foi uma decisão formada no domingo, após o jogo. Todos nós nos comunicamos por telefone, todos viram pela televisão, trocamos ideias e por unanimidade que o árbitro interpretou muito bem, duisse Afonso Vitor de Oliveira.
O motivo do afastamento, segundo o presidente, é por falhas disciplinares, além do erro técnico em não marcar o pênalti para o Coritiba. Para fundamentar a decisão, mesmo após decidido entre a comissão paranaense, foram feitas várias consultas com árbitros e professores de arbitragem nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O resultado apresentado foi parecido com o parecer local.
- Ele teve falhas disciplinares e uma técnica contra o Londrina. Pênalti que ele não marcou no Arthur, até o meu neto de sete anos disse que foi pênalti. E foi mesmo. A punição é o afastamento temporário das escalas, longe de estar excluído do quadro de arbitragem no estado, disse o presidente da comissão.
Pênalti que ele não marcou no Arthur, até o meu neto de sete anos disse que foi pênalti. E foi mesmo"
Afonso Vitor de Oliveira, presidente da comissão
Bolas na mão não foram intencionais. Em Pereira foi na barriga
Nas considerações finais, Vitor de Oliveira ressaltou que não foi intencional o toque na mão de Rafinha e Robinho, do Coritiba. Já na jogada que envolveu a participação do zagueiro Pereira, ele é incisivo ao afirmar que a bola bateu no peito no jogador.
- Alguém precisa me provar que a bola correu no braço. O que eu vi ali é peito. Em relação aos outros lances, a legislação permite o árbitro interpretar e foi o que ele fez. Quem sabe se fosse eu, na hora, poderia dar, mas vendo as imagens, eu tenho certeza que ele tomou a decisão correta – completou.
Em relação aos erros disciplinares, Oliveira cobrou mais atitude disciplinar de Felipe Gomes da Silva quando os jogadores do Londrina reclamaram, logo após o gol do Coxa. Segundo ele, além do jogador Gilvan, que foi expulso, mais atletas poderiam receber a punição.
- Pelo menos um jogador puxou ele pelo braço na hora da reclamação, além de ter ouvido várias coisas, que não era um elogio aos olhos dele.
Não foi a primeira vez que o árbitro Felipe Gomes da Silva foi afastado no futebol brasileiro. No ano passado, o mesmo juiz apitou Flamengo x Boavista, pelo Campeonato Carioca. Após alguns lances polêmicos, ele também foi afastado e passou por um curso de reciclagem. No início do ano, por motivos profissionais, ele foi transferido para o Paraná, se mudando para o quadro de árbitros paranaenses.
Súmula do árbitro está sendo avaliada
A polêmica da partida entre os dois times não encerra com as decisões da Comissão de Arbitragem do Paraná. O Londrina ainda pode sofrer diversas punições por invasão de campo, arremesso de objetos no gramado e agressões ao árbitro, que relatou o ocorrido em sua súmula.
A procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) já recebeu o documento e analisa se fará a denúncia. O Londrina pode sofrer desde a suspensão de jogadores a perda de mando de campo.
