Tcheco foi um dos protagonistas da rivalidade entre
os times (Foto: Divulgação/site oficial do Coritiba)
O confronto entre Coritiba e Londrina já tem 60 anos de história, mas, na última década, a rivalidade cresceu e apimentou ainda mais o clássico entre a capital contra o interior paranaense. Disputas entre líderes, decisões de vagas para a final do Campeonato Paranaense e jogos equilibrados são as características dos duelos.
Na própria semana que antecedeu o jogo entre Coxa e Tubarão, os ânimos entre as duas torcidas já se exaltaram e as provocações foram inevitáveis. A maioria leva na brincadeira, enquanto aguarda o confronto em campo.
No próximo domingo, a rivalidade vai estar no gramado para a decisão de uma vaga para a final do Campeonato Paranaense 2013. O Coxa está com uma leve vantagem, podendo empatar para conquistar a taça do primeiro turno. Já o Londrina joga em casa, ao lado do torcedor, um território que o Coxa sofre para conseguir vencer.
Nas últimas três vezes que o Verdão da capital viajou até Londrina, o resultado final foram um empate e uma derrota. Em 2009, o Tubarão venceu o Coxa na última rodada do Campeonato Paranaense, mesmo assim foi rebaixado para a Série B do Estadual.
O reencontro das equipes na Série Ouro também foi marcado por um jogo equilibrado. No Estádio do Café, o Tubarão saiu na frente e dominou o primeiro tempo, mas o Coxa conseguiu igualar na etapa final.
Mas as polêmicas de arbitragem deram um tom maior para a rivalidade cada vez maior entre londrinenses e coxas-brancas. A mais recente foi no ano passado, quando o lateral Ayrton (que passou pelo Coxa e agora está no Palmeiras) cobrou um escanteio. A bola foi direto para o gol e enganou o goleiro Vanderlei, que não segurou. O possível gol daria a vantagem para o Tubarão, que era o atual líder da competição. Mas a arbitragem anulou, com o argumento de que a bola fez uma curva por fora. No final, o Verdão venceu por 1 a 0 (veja o vídeo acima).
O ex-jogador Tcheco, que atualmente é auxiliar técnico do Coxa, participou de muitos confrontos contra o Tubarão e afirmou que a rivalidade sempre vai existir. Segundo ele, o primeiro fator é por ser uma equipe da capital contra o interior. Com os ingredientes a mais, como uma disputa pela vaga na final, o antagonismo aumenta.
- Rivalidade sempre vai existir entre interior e seja qual for o time da capital. Vai se acirrando uma equipe com a outra, como é o caso do Londrina com o Coritiba, mas são rivais com muito respeito. Não vejo confrontos com confusão e nem nada para chegar a um ponto de ter ódio, mas uma rivalidade sadia dentro de campo.
Tcheco: o grande vilão do Tubarão
Quem estava presente nos dois jogos e ficou marcado pela torcida do Tubarão foi o próprio Tcheco. No último duelo dos dois times, Tcheco provocou a expulsão do lateral Thiago Santos, após um empurrão do atleta alviceleste, que estava no chão com dores, mas se levantou para agredir o meia.
Mas o lance mais marcante contra o Tubarão, que foi protagonizado por Tcheco, aconteceu em 2003. Naquela temporada, as duas equipes se encontraram na semifinal do Campeonato Paranaense. O Coritiba tinha a vantagem de dois empates para se classificar na final.
O primeiro jogo foi disputado no VGD. O Londrina saiu na frente e vencia o jogo por 2 a 1 até os 46 minutos, quando aconteceu o lance crucial. O meia Tcheco tentou proteger uma bola, que ia sair pela linha lateral, e fez um jogo de corpo para se defender. Na interpretação dos jogadores e da torcida, a atitude foi faltosa, mas o juiz deixou o lance seguir. Na sequência, Tcheco foi derrubado. Ele mesmou cobrou para a área e o zagueiro Fabrício completou para as redes, decretando o empate por 2 a 2.
Tcheco participou em dois lances ploêmicos, que sempre é lembrado pela torcida do Tubarão
- O lance que me lembro é quando estava perdendo de 2 a 1 para o Londrina. Estava na parte final do jogo e foi um lance que a bola estava saindo pela lateral e eu fui proteger ela junto com o jogador do Londrina. Acabei dando o corpo para ele, que acabou aproveitando o artifício para simular uma falta no jogo de corpo, na qual o juiz não deu. Mas pelo movimento, deu a impressão que foi falta. Eu achei que não foi falta naquele momento. Assim que eu retomei a bola, acabei sofrendo a falta e na cobrança eu cruzei e o Fabrício fez o gol de empate - contouo ex-jogador, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
Na partida de volta, o Coxa fez valer a vantagem do empate e conquistou um placar de 1 a 1, se classificando para a final e sendo campeão daquele ano. A revolta da torcida londrinense foi tão grande, que o árbitro precisou sair escoltado do VGD.
- Eu lembro que teve bastante repercussão e bastante protesto por parte do Londrina, mas acho que não foi um protesto exagerado e argumentos que fazem parte do futebol - opinou Tcheco.
